Por uma Greve Nacional contra os ataques à Educação! – OASL

As trabalhadoras e trabalhadores da Educação vêm sofrendo duros golpes nos últimos anos, frutos dos ataques ao ensino público como um todo e ao futuro de nossa juventude. Ataques que só favorecem os mais ricos. Além disso, nos últimos meses, as escolas se tornaram alvo de violência, impulsionada por discursos de ódio (alimentada pela ideologia da extrema direita e popularizada através do bolsonarismo). Como consequência, ocorre o aumento dos investimentos em vigilância policial, enquanto professoras/es e demais trabalhadoras/es da educação seguem em situação cada vez mais precarizada, com o piso salarial desrespeitado e sem o devido investimento estrutural para exercer adequadamente seu trabalho.
É preciso combater todo esse cenário com forte organização e muita luta! Somente uma greve nacional construída pelas bases, em cada escola/universidade/instituto, sem rabo preso com governos, pode fazer com que as trabalhadoras e os trabalhadores da Educação tenham suas vozes ouvidas!
PELA REVOGAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO!
A reforma do Ensino Médio, cujas linhas já vinham sendo fomentadas há alguns anos, foi aprovada no governo de Michel Temer, fortemente apoiada por organizações ligadas aos grandes empresários. Na época, houve resistência de estudantes e trabalhadoras/es da Educação, mas, com a repressão policial, os políticos conseguiram aprovar a medida, que, neste ano, entrou em vigor em todo o país e desorganizou completamente o ambiente escolar.
Disciplinas importantes como Física, Biologia, Química, História, Geografia, Sociologia, Artes e Filosofia perderam espaço para os chamados “itinerários formativos” – que obrigam estudantes a escolherem muito cedo áreas específicas do conhecimento – e “disciplinas eletivas” – que incluem uma série de baboseiras, do tipo “como se tornar um milionário” e “brigadeiro gourmet” -, enganando e empurrando estudantes para o caminho dos trabalhos precarizados. Soma-se a isso, o desrespeito enorme com professoras e professores da rede pública de ensino, que são obrigados a darem aulas sobre temas que não dominam.
O Ministério da Educação suspendeu temporariamente a implantação do Novo Ensino Médio, por 90 dias, e vai abrir uma consulta pública, mas é preciso forte mobilização das trabalhadoras e trabalhadores da Educação, juntamente com estudantes, para que a medida seja de fato revogada, e não apenas modificada, como já declarou Lula. É preciso que as entidades sindicais da Educação não caiam nessa armadilha e organizem a luta pela revogação, desde cada unidade de ensino!
PELO PAGAMENTO DO PISO SALARIAL!
O piso salarial nacional da Educação foi reajustado para R$ 4.420 para a jornada de 40h, em todo o país, e todos os governos são obrigados a cumprir. É preciso observar, ainda, que o piso salarial deveria ser aplicado desde uma jornada de 20h, já que o piso de uma carreira é o mínimo que o profissional deve receber e muitas redes municipais e estaduais apresentam jornada de trabalho de 20h. Assim, atrelar o piso a uma jornada de 40h passa por um rebaixamento salarial da carreira. Apesar disso e da obrigatoriedade do cumprimento, muitos governantes simplesmente não deram o aumento. Em várias cidades, educadoras e educadores se mobilizam para fazer valer a medida, mas é preciso que a luta seja unificada e ganhe força, com todo apoio possível dos sindicatos de trabalhadores da Educação!
COMBATER O ÓDIO E A MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS!
Os ataques à Educação também estão vitimando professoras e estudantes em sala de aula. Atentados recentes envolvendo alunos ou ex-alunos são incentivados por grupos de extrema direita, incluindo neonazistas, que elegeram como alvo quem ajuda a promover o pensamento e o senso crítico.
Junto aos episódios, cria-se um clima de medo que atinge cada profissional da educação, cada pai/mãe/responsável, cada aluna e aluno, além da disseminação de fake news sobre possíveis novos ataques. Todo esse clima só contribui para mais medo e falsas soluções vindas dos governantes, como aumento da presença de guardas e policiais nas escolas e maior vigilância, com instalação de câmeras e “botão do pânico”. Medidas eleitoreiras que não resultam em melhorias para a Educação e, ainda, fortalecem investimentos nas forças de segurança, que massacram diariamente a periferia.
É preciso defender uma verdadeira prioridade para a Educação. A construção de novas relações sociais deve vir do fortalecimento da comunidade escolar, com protagonismo de trabalhadoras e trabalhadores da Educação, pai/mãe/responsável e estudantes, que juntos devem decidir os rumos da escola!
CONTRA QUALQUER CONCILIAÇÃO COM OS GOVERNOS!
As trabalhadoras e trabalhadores da Educação não devem sustentar ilusões com as soluções mágicas apresentadas pelos governos de turno ou por medidas discutidas em salas fechadas. O governo Lula, por exemplo, tem grande participação de pessoas que atacaram por décadas a educação pública e que defendem o Novo Ensino Médio, como o vice Geraldo Alckmin, além de entidades liberais que pautam o governo a todo o tempo. Toda a comunidade escolar deve participar ativamente das mobilizações, para que de fato a Educação seja construída desde a base.
As grandes entidades sindicais chamaram uma paralisação para este 26 de abril, mas não basta anunciar, é preciso mobilizar desde cada unidade de ensino! Somente a construção pela base vai fazer com que o movimento ganhe força e que faça frente a todos esses ataques contra a Educação. Por isso, é importante que as trabalhadoras e trabalhadores pressionem as direções sindicais de seus sindicatos para que seja construída de fato uma greve nacional unificada e combativa, em defesa da educação pública de qualidade!