🌱✊🏽Legalizar a maconha! Destruir a Guerra às Drogas! – OASL

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O STF volta a discutir a partir do dia 21 de junho a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. Enquanto isso, os movimentos organizados na Marcha da Maconha realizam manifestações em diversas cidades do país. O fundo principal que liga todas as demandas relacionadas ao tema é a luta contra a chamada Guerra às Drogas imposta pelo imperialismo dos EUA.

Defendemos o caráter antirracista e antissistêmico da marcha, e consequentemente, reforçamos que só haverá liberdade e autonomia em um mundo livre do sistema capitalista. A simples legalização, de forma acrítica, somente beneficiaria a criação de uma nova indústria, a qual, muito provavelmente, atuará para manter a dominação sobre as classes oprimidas. Portanto, não se trata apenas de uma luta pela liberdade individual, mas sim pelo fim da barbárie que essa guerra gera no mundo.

Influência política imperialista

A Guerra às Drogas surgiu por meio da influência política e do oportunismo imperialista. Em 1971, o então presidente dos EUA, Richard Nixon, declarou as drogas como “inimigo público número um” como parte de sua estratégia para conquistar a reeleição e atender às demandas conservadoras da época.

Além das motivações sociais e políticas, a Guerra às Drogas também tem sido impulsionada por interesses econômicos e geopolíticos. A ilegalidade cria um lucrativo mercado, alimentando a economia clandestina e o tráfico internacional. O próprio combate ao tráfico de drogas também tem sido usado como justificativa para intervenções militares e políticas em países produtores, principalmente em regiões como América Latina e Ásia.

Racismo

A Guerra às Drogas tem sido aplicada de maneira seletiva e discriminatória, afetando desproporcionalmente comunidades racializadas. Estudos mostram que as políticas de repressão às drogas têm resultado em altas taxas de prisão de pessoas negras, por exemplo, mesmo quando os índices de uso de drogas são semelhantes entre diferentes grupos étnicos. O racismo desempenha um papel importante ao criar uma narrativa que associa o uso de drogas a minorias étnicas, estigmatizando-as e tornando-as alvos preferenciais da repressão policial e dos abusos do sistema judiciário.

Luta de classes

A Guerra às Drogas também está ligada à luta de classes, pois afeta principalmente a classe trabalhadora das comunidades marginalizadas e de baixa renda. A criminalização do uso de drogas tem impactos sociais e econômicos devastadores, perpetuando ciclos de pobreza e exclusão. As pessoas que enfrentam dificuldades socioeconômicas têm menos acesso a recursos educacionais, de saúde e oportunidades de emprego. A repressão às drogas (na verdade uma repressão às pessoas pobres) acaba sendo uma forma de controle social e manutenção da desigualdade, ao punir e estigmatizar aqueles que já estão em situações de vulnerabilidade.

Controle, Poder e o narcotráfico

A criminalização das drogas dá ao Estado um amplo poder de policiamento, vigilância e encarceramento, restringindo as liberdades individuais e legitimando a repressão coletiva – restrição e repressão para quem não possui privilégios sociais, econômicos, culturais e políticos. Além disso, a ilegalidade das drogas alimenta um mercado lucrativo, que beneficia as estruturas de poder existentes, como cartéis e traficantes. Esses atores podem se aproveitar das condições de ilegalidade para explorar as comunidades e perpetuar a violência – sem contar as relações do crime com o próprio aparato de Estado.

Há mais de 50 anos as drogas estão vencendo a guerra

Ao longo dos anos, tem ficado cada vez mais evidente que a abordagem repressiva da Guerra às Drogas falhou em alcançar seus objetivos declarados. Em vez de reduzir o consumo de drogas e os problemas relacionados, ela levou a consequências negativas, como encarceramento em massa, violações dos direitos humanos, estigmatização de usuários e um aumento no poder dos cartéis. Essa compreensão tem impulsionado movimentos de reforma das políticas de drogas em muitos países, buscando abordagens mais baseadas em saúde pública, redução de danos e justiça social.

Nos somamos aos movimentos que lutam pelo Fim da Guerra às Drogas, por uma verdadeira autonomia e liberdade no uso de substâncias, para que o consumo seja encarado pela perspectiva da saúde, e não mais da repressão! Para isso, é necessária a auto-organização dos movimentos em torno das pautas relacionadas à maconha, na construção do Poder Popular que dê um fim a esta guerra!

PELO FIM DA GUERRA ÀS DROGAS
VIVA A MARCHA DA MACONHA!
PELO PODER POPULAR!

Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA)
Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ)
Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL)
Rusga Libertária



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